enquanto olho para Ele,

pergunto-me…

como é possível um corpo gerar um ser?
como é possível ter tudo tão perfeitinho, tão bem desenhado?
como é possível a genética misturar traços de uns e de outros?
como é possível saber mamar segundos após nascer?
como é possível saber que chorando consegue o que quer?
como é possível reagir à minha voz, como se entendesse o que lhe digo?
como é possível deixar de ser bebé tão rapidamente?
como é possível ele ser tão lindo?
como é possível amarmos tanto estas pessoas pequenas?
como é possível haver “gente” no mundo capaz de fazer mal a estas ternurinhas?
como é possível haver “mães” que os jogam no lixo, maltratam e abandonam?
como? como é possível?

fotografia Cecília Candeias