Afinal o que come a minha filha?

Tenho uma amiga que foi mãe na mesma altura que eu e com quem partilho conhecimentos e experiências sobre maternidade. Desde que foi mãe, Vera, tem-se dedicado à investigação de programas alimentares para crianças e tem aplicado o seu conhecimento na alimentação da filha Inês, neste momento com 16 meses. 
Inês é ovolactovegetariana por opção dos pais e sendo um assunto que considero muito interessante pedi-lhe que explicasse no que consiste este tipo de alimentação.

“Afinal o que come a minha filha?. Esta é a pergunta que se impõe, não diariamente, mas sim num simples chat do Facebook ou no convívio com amigos e até mesmo no infantário… 
Pois ora bem, é importante começar do início e realmente aportar de onde vem tamanha “loucura” para muitos e tão boa sensatez para outros. Houve uma valente parte da minha infância e adolescência que dei inicio por imposição familiar a esta forma de alimentação e até na naturopatia. Logo desde cedo que trato por tu tofus e seitans e sumos que agora chamam-se detox, daí talvez uma abordagem simplista à coisa.

Sou uma maricas por natureza e tenho a certeza que nós somos o que comemos e que estes animais hoje em dia feitos à pressa, matam-nos lentamente. Tenho infelizmente uma grande herança de cancro na família e por ter estado muito próxima com essa realidade, tenho maior atenção e muita curiosidade com a nutrição. Poderão ser culpa dos media a quantidade que nos chega diariamente de pessoas com este problema ou então é mesmo um novo problema, destes novos tempos. 

A maioria dos animais são alimentados de forma incorreta, vacinados, são-lhes administrados antibióticos e isso tudo fica presente no seu organismo e obviamente nos comemos isso tudo. O leite, bom, o leite…. As vacas são periodicamente injetadas com hormonas de produção, que simula uma gravidez para ter leite, tal como nós mulheres só temos leite nas mamocas quando estamos em estado de Graça. Bom, mas depois remeto a mais coisas, como porquê preservar a vida de um cão e comer um porco? Pode ser que agora com a moda de ter um porco em casa, que muitos tenham levantado as patas a Deus e Thank God, sou fofinho! …

Mas sem entrar em grandes detalhes, pois costumo ser violenta nas palavras e falando da alimentação de uma bebé de 16 meses: mantenho o leite de lata, porque contém mais nutrientes do que o vulgo leite ou UHT e todos os seus derivados: ovos, iogurte, queijo, etc. Na substituição da carne, utilizo a soja de produção biológica, não aquela que vendem a torto e a direito nos supermercados, i.e, que contenha o selo de origem biológica, tofu e seitan.

Existe algumas regras nesta alimentação, para conseguir tirar maior partido dos alimentos e diminuir algum tipo de suplementação, que é, a combinação destes alimentos: Carne vegetal + cereal integral (pão, arroz, massa, quinoa, cous cous, bolgour..) + leguminosa (feijão, grão, lentilhas) + Verde (brócolos, feijão verde, agriões, espinafres) + frutos secos (avelãs, amêndoas) e adicionar gérmen de trigo ou levedura de cerveja às sopas. Com esta conjugação, consegue-se ter uma refeição completa.

Não é difícil, é uma questão de rotina e para quem queira se iniciar e está convicto dos seus ideiais, que vá em frente, afinal o filho ou filha é de quem?”
testemunho de Vera Amigo


Vera Amigo está disponível para ajudar pais que queiram aprofundar os seus conhecimentos sobre este tipo de alimentação alternativo, queiram implementar mas não sabem por onde começar, ou mesmo caso pretendam ajuda em tarefas simples como o que comprar no supermercado. Contactar por e-mail